Técnica de enfermagem deve ser indenizada após sofrer injúria racial em hospital de Poços de Caldas, MG

  • 04/11/2025
(Foto: Reprodução)
Técnica de enfermagem ofendida por paciente será indenizada em Poços de Caldas Uma técnica de enfermagem de Poços de Caldas (MG) deve ser indenizada após sofrer injúria racial enquanto trabalhava em um hospital particular da cidade. A decisão é de primeira instância e ainda cabe recurso. 📲 Siga a página do g1 Sul de Minas no Instagram O caso aconteceu no dia 2 de março. Em entrevista à EPTV, Najila Passos da Silva, de 31 anos, contou à época que a paciente se irritou porque queria ir embora logo para casa e exigiu que o soro fosse aplicado mais rápido. A técnica de enfermagem explicou que não podia contrariar a prescrição médica, mas acabou sendo ofendida. Segundo ela, a mulher a chamou de “urubu preto” na frente de outros pacientes, acompanhantes e da enfermeira-chefe. “Ela falou várias e várias vezes, repetiu, falando que isso que eu estava na profissão errada. Foi muito triste. Na hora em que ela me chamou na primeira vez, eu parei, pensei bem e fingi que não ouvi, só que ela continuou repetindo várias e várias vezes. É muita humilhação. Eu sou preta sim, mas eu sou uma urubu preta que sempre cuidou dela, que levantei às 6h para dar toda a assistência e cuidado a ela. Eu sou uma urubu preta sim, que dava até remédio na boca dela, que auxiliava ela no banho e no final disso sou chamada de urubu preto”, lamentou Najila à EPTV na época. A vítima registrou denúncia e a Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o caso. Após a investigação, a paciente foi condenada por injúria racial e danos morais. A Justiça determinou o pagamento de R$ 6 mil de indenização à profissional. Na sentença, o juiz destacou que o dano moral é “evidente”, já que a ofensa atingiu a honra da vítima no exercício de sua função. À EPTV, afiliada Rede Globo, Najila afirmou que pretende transformar a dor em solidariedade. Ao saber da condenação, ela disse que vai doar o valor da indenização. Najila Passos da Silva registrou B.O. de injúria racial após ser ofendida por paciente de hospital em Poços de Caldas Reprodução EPTV Relembre o caso Várias entidades ligadas à luta racial divulgaram nota de repúdio sobre o caso. O hospital onde Najila trabalhava manifestou apoio à funcionária e repudiou as ofensas racistas. O líder religioso Babalorixá Macurs Ty Odé, pai de santo na umbanda há 30 anos, reconhecido nacionalmente pela luta de respeito às religiões de matriz africana e contra as violações à população negra e indígena lamentou o episódio. O coletivo negro Dona Laudelina Campos Melo disse que tem profundo repúdio ao ato criminoso, que acolhe a vítima e reforçou a urgêncua de um letramento racial em Poços de Caldas e que “é imprescindível que a cidade avance na construção de uma sociedade antiracista, onde profissionais negros possam excercer suas funções com respeito e segurança”. Técnica de enfermagem registra Boletim de Ocorrência após ser chamada de 'urubu preto' em Poços de Caldas Reprodução redes sociais A Escola Estadual Dr. João Eugênio e a professoa Cíntia Terezinha Lemes, integrante do Centro Afrobrasileiro Chico Rei, chamaram o ato de “abominável” e exigiu rigor na investigação e punição dos responsáveis pela agressão. “Tais atos configuram uma violência moral e psicológica que causa anos irreparáveis às vítimas”, afirmou nota. O crime de injúria racial é imprescritível e desde 2023 é equiparado ao crime de racismo, com pena de 2 a 5 anos de prisão. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2025/11/04/indenizacao-injuria-racial-em-hospital-de-pocos-de-caldas-mg.ghtml


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