Suspeito de chefiar quadrilha de golpes com venda consignada de veículos é preso em BH; prejuízo chega a R$ 2 milhões
02/10/2025
(Foto: Reprodução) Suspeito de chefiar quadrilha de golpes com venda consignada de veículos é preso em BH; prejuízo chega a R$ 2 milhões
A Polícia Civil prendeu um homem de 29 anos, identificado como William Ribeiro Araújo, suspeito de chefiar uma quadrilha que aplicava golpes envolvendo contratos de venda consignada de veículos em Belo Horizonte.
Segundo as investigações, o grupo atuava em uma loja localizada na avenida Raja Gabáglia, região Centro-Sul da capital, e já fez ao menos 20 vítimas.
As apurações mostraram que a empresa mudava de nome sempre que os suspeitos desconfiavam que estavam sendo investigados ou que a polícia tinha conhecimento da atuação do grupo.
“Não conseguimos apreender veículos, a empresa já estava baixada. Quando ele percebeu que seria preso, deu baixa na empresa, fugiu e mudou de endereço. Conseguimos capturá-lo quando estava foragido, escondido na cobertura dele, de alto padrão”, disse o delegado Roberto Veran, da 4ª Delegacia Especializada em Prevenção ao Furto e Roubo de Veículos Automotores.
De acordo com a polícia, os criminosos abordavam pessoas que anunciavam carros em plataformas digitais e ofereciam contratos de consignação.
Os veículos eram repassados à quadrilha, que prometia devolver o dinheiro da venda, descontando comissão. Porém, após a negociação, as vítimas não recebiam os valores.
O g1 tenta contato com a defesa de William.
Relatos das vítimas
“Hoje eu vejo que era um discurso típico de estelionatário mesmo, né? Mas, na época, eu precisava vender rápido, com a dificuldade que eu estava, acabei me encantando. Fechei com eles um contrato de um mês. Eles tinham um discurso de que usavam inteligência artificial para captar clientes rapidamente, diziam que já tinham uma clientela há muito tempo no mercado", relembrou a psicóloga Cândida Viana.
A dentista Marina Martins Pinheiro contou que o carro deveria ter sido devolvido se não fosse vendido em 30 dias.
"Fizemos o contato de praxe de compra e venda, e se em trinta dias não se realizasse a venda seria a devolução do carro sem ônus nenhum. Feitos os 30 dias, ele falou que o carro estava em processo de venda, estendemos mais 10 dias, mas depois ele não atendia mais WhatsApp nem ligação. Fomos até o endereço e já fazia mais de 20 dias que eles não apareciam lá", narrou a dentista.
A musicista Ana Flávia Bastos Nogueira afirmou ter perdido mais de R$ 50 mil.
"O valor que eu perdi em relação ao carro foi 42 mil, que era o valor que ele ia me passar e ele vendeu. Mas, em relação a tudo, todos os gastos com advogado, Uber, o emocional, acho que vai para lá de 50 mil. Inclusive, eu cheguei a fazer uma rifa no meu perfil tentando arrecadar o dinheiro, porque eu não podia ficar sem carro", afirmou a musicista.
Ao todo, cinco pessoas são investigadas e um homem segue foragido. A Polícia Civil informou que os suspeitos responderão pelos crimes de estelionato e associação criminosa. As investigações continuam.
William Ribeiro Araújo, de 29 anos, preso suspeito de chefiar golpes com venda consignada de veículos.
Reprodução/TV Globo
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