Guarda envolvido em morte de adolescente é levado para presídio: ‘Não é nosso objetivo ceifar a vida de ninguém’, diz diretor da GCM
23/12/2025
(Foto: Reprodução) Guarda envolvido em morte de adolescente é levado para presídio em Varginha
O guarda civil municipal de 46 anos envolvido na abordagem na qual um adolescente de 17 anos morreu foi levado para o presídio de Varginha (MG). O caso aconteceu no domingo (21), quando uma equipe flagrou vários motociclistas fazendo manobras ilegais nas ruas da cidade. Na tarde desta terça-feira (23), o agente passou por uma audiência de custódia e teve a prisão mantida pela Justiça.
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O diretor da Guarda Civil Municipal de Varginha, Helder Vitor da Silva, disse que o agente agiu dentro do cumprimento do seu dever legal e que cabe a Justiça avaliar a sua conduta.
“Foi a decisão que ele tomou nesse momento da ocorrência e agora cabe ao judiciário determinar e verificar se a conduta dele se amolda dentro das excludentes que amparam a ação policial”, afirmou.
Questionado pela equipe da EPTV Sul de Minas, afiliada da Rede Globo, se o guarda estaria arrependido, o diretor disse que toda a corporação lamenta o ocorrido.
“Independentemente do resultado, é óbvio que nenhum cidadão, nenhum policial, nenhum agente da Guarda Civil Municipal quer esse resultado. É lógico, não só ele, mas todos os nossos agentes, ficaram muito sensibilizados. Nós lamentamos a perda de uma vida, um jovem, porque não é o nosso objetivo, como profissionais de segurança pública, ceifar a vida de ninguém, independentemente de qual situação seja.”
Adolescente estava na garupa
Agente da Guarda Civil é afastado após morte de adolescente baleado durante abordagem em Varginha
Reprodução EPTV
De acordo com uma nota emitida pela Guarda Civil Municipal de Varginha uma equipe realizava ronda quando flagrou vários motociclistas fazendo manobras ilegais em diferentes avenidas da cidade e que, na Avenida Perimetral, que liga a Avenida Celina Ferreira Ottoni à Avenida dos Tachos, os condutores não obedeceram à ordem de parada e fugiram pela contramão.
Ainda conforme a nota, um dos agentes relatou que Cauã Batista da Silva, que estava na garupa de uma moto, teria feito “gestos bruscos e evidentes de ameaça”, o que levou o agente da GCM a acreditar que o adolescente estaria armado, fazendo os disparos.
Cauã foi baleado e morreu antes que pudesse ser socorrido.
O diretor da GCM negou que o corpo do adolescente tenha ficado muito tempo no local onde foi encontrado, próximo a um cafezal.
“Segundo as informações que a gente teve da nossa equipe, o corpo não ficou o tempo, muito tempo como tem sido veiculado nas redes sociais. O evento ocorreu por volta das 11h40 e, por volta das 13h, uma equipe da Guardia Civil Municipal, juntamente com a Polícia Militar, já estavam no local e já tinham encontrado o corpo”, afirmou Silva.
Além de Cauã, mais duas pessoas foram feridas. Elas foram levadas para a UPA e já foram liberadas.
Um dos feridos, que estava com Cauã na moto, que não quis ser identificado, disse que o guarda já fez a abordagem atirando. Ele também foi atingido pelo disparo que matou o adolescente e por outro no braço, quando tentou segurar o colega para que ele não caísse da moto.
“Nós ‘começou’ a correr porque ele começou a atirar, essa é a verdade. Ele já parou a viatura atirando”, afirmou.
A corregedoria da GCM instaurou um processo administrativo para apurar a conduta dos agentes e o guarda que efetuou os disparos teve a arma recolhida para passar por perícia e foi afastado das atividades operacionais.
A Prefeitura de Varginha, disse por nota, disse que está acompanhando o resultado do trabalho das autoridades competentes como a polícia técnica e que serão tomadas as devidas providências.
Posto da Guarda tem paredes machadas de vermelho
Posto de segurança integrada da GCM em Varginha tem paredes manchadas de vermelho
Reprodução EPTV
O posto de segurança integrada da GCM na rodoviária de Varginha teve as paredes manchadas de tinta vermelha.
A Guarda Civil Municipal repudiou o que chamou de ato de vandalismo.
“Ressaltamos que ações dessa natureza configuram crime e atentam contra bens que pertencem a toda a coletividade, além de prejudicarem o trabalho das forças de segurança que atuam diariamente em prol da proteção da população”, afirmou a nota.
A GCM disse que foi aberta uma investigação e um dos autores já foi identificado.
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