Caso Henay Amorim: agressões começaram no apartamento e continuaram no carro, diz polícia

  • 18/12/2025
(Foto: Reprodução)
Vídeo de motorista imóvel ao volante levou polícia a investigar morte em acidente Brigas, agressões físicas, empurrões dentro do carro e aperto no pescoço até a asfixia. Essa foi a sequência de violência sofrida por Henay Rosa Gonçalves Amorim, de 31 anos, segundo a investigação da Polícia Civil, antes da morte da personal shopper. De acordo com as apurações, as agressões começaram no apartamento onde Henay morava com o namorado, o empresário Alison de Araújo Mesquita, de 43 anos, em Belo Horizonte, e continuaram durante o trajeto de carro até Itaúna, no Centro-Oeste de Minas. O caso é investigado como feminicídio. O suspeito foi preso durante o velório da vítima. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Centro-Oeste no WhatsApp Após a prisão, a Polícia Civil ouviu entre cinco e seis testemunhas. Segundo o delegado João Marcos do Amaral Ferreira, responsável pelas investigações, os depoimentos indicaram um contexto recorrente de violência doméstica sofrida por Henay. “Essas testemunhas corroboraram um cenário indicativo de que as agressões eram constantes. A partir das oitivas, surgiram elementos fortes que indicavam a ocorrência de feminicídio”, afirmou o delegado. Ainda de acordo com a polícia, diante do conjunto de provas e relatos, o investigado acabou confessando parte das agressões. Ele admitiu que, no dia anterior ao ocorrido, houve uma discussão seguida de violência no apartamento do casal, em Belo Horizonte, antes da viagem. Em depoimento, Alison relatou que agrediu Henay no rosto durante a discussão. “Segundo ele, para se proteger, teria acertado o nariz da vítima, momento em que ela sangrou pelas narinas, com respingos de sangue no chão da sala”, explicou o delegado. As agressões, porém, não teriam cessado com a saída do apartamento. Conforme a confissão e os depoimentos colhidos, Henay ainda sofreu violência durante o deslocamento pela rodovia. “O autor relatou que, em determinado momento, a vítima conduzia o veículo e, durante uma nova discussão, ele teria a agredido. Ela parou o carro no acostamento e ali começaram agressões mútuas”, detalhou o delegado. Segundo a investigação, nesse momento o suspeito empurrou Henay, bateu a cabeça dela com força contra o veículo e pressionou o pescoço da vítima pelo lado direito. O delegado destacou que, durante o depoimento, o investigado chegou a reproduzir com as mãos o movimento feito durante a agressão. “Esse relato é compatível com os achados médico-legais posteriores. A necropsia identificou lesões no pescoço que são compatíveis com a forma como ele descreveu a agressão”, afirmou João Marcos. De acordo com o depoimento, o agressor só teria parado quando Henay desfaleceu. A polícia apurou ainda que o veículo fez duas paradas antes da chegada ao pedágio, momento em que o homem assumiu a direção. O suspeito aparece controlando o volante enquanto a vítima está desacordada no banco do motorista Redes sociais/reprodução Outras testemunhas reforçaram a suspeita de que Henay já estava morta antes da colisão com o micro-ônibus. Uma delas, que estava no coletivo, relatou ter observado sangue estancado e seco nas narinas da vítima, além da boca roxeada e cerrada. “Esses sinais não são compatíveis com uma morte causada exclusivamente por acidente. O lado esquerdo do corpo estava totalmente roxo, não com marcas de pancada, mas como se o corpo tivesse sido apoiado após a morte”, explicou o delegado. O motorista do micro-ônibus também prestou depoimento e descreveu a dinâmica da colisão. Segundo ele, próximo à entrada de Itaúna, no bairro Santanense, o carro em que o casal estava seguia em marcha lenta, fez zigue-zague e foi direcionado para a frente do coletivo. “Ele afirmou com certeza que não houve tentativa de frenagem. Ao que tudo indica, o veículo foi jogado intencionalmente em direção ao micro-ônibus”, disse João Marcos. As investigações seguem em andamento para esclarecer todos os detalhes do crime, incluindo o momento exato da morte de Henay Amorim e a dinâmica completa dos fatos. LEIA MAIS SOBRE O CASO: Carro invade contramão e motorista morre após batida com micro-ônibus em curva da MG-050 Homem é detido no velório da companheira após reviravolta em investigação de acidente em rodovia de MG Entenda como vídeo de motorista imóvel ao volante levou polícia a investigar morte em acidente como feminicídio Empresário confessa à polícia que matou a namorada e simulou acidente em MG Quem era a mulher morta pelo namorado que simulou acidente para esconder o crime em MG Brigas, agressões e asfixia: o que aconteceu dentro do carro antes de acidente que fez polícia investigar feminicídio em MG Funcionária de pedágio foi peça-chave em investigação de feminicídio após acidente forjado em MG, diz Polícia Civil Agressões eram graves e frequentes, diz polícia sobre feminicídio em MG; homem matou namorada e forjou acidente Polícia investiga se mulher foi morta em apartamento ou durante trajeto de carro De acidente a feminicídio: entenda a reviravolta Inicialmente, a morte de Henay foi registrada como um acidente de trânsito na MG-050, em Itaúna (MG). Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), ela estava no banco do motorista e o namorado no do passageiro quando o carro do casal invadiu a contramão e bateu em um micro-ônibus. A investigação mudou de rumo após a análise de imagens de um pedágio, que indicaram que a vítima já estava desacordada antes da batida. Depois que o vídeo chegou à Polícia Civil, a corporação passou a tratar o caso como possível feminicídio. O delegado João Marcos do Amaral Ferreira falou sobre o empresário ter forjado o acidente de carro para encobrir o crime. "Ele tentou forjar uma hipótese para que a morte dela fosse ocultada, o feminicídio fosse ocultado. Forjando alguma hipótese de acidente que pode sim ter sido proposital mesmo, ou até com uma perda. Às vezes ele não queria bater daquela forma, ele queria de outra, mas pela posição que ele estava dirigindo, a gente consegue ver ele no pedágio chegando já em zig zag e uma posição dessa não tem como ter o controle total do carro", explicou Ferreira. Após a prisão, o primeiro advogado de Alison, Michael Guilhermino, havia afirmado ao g1 que o cliente confessou o crime. Parte dessa versão, no entanto, já era contestada pelos investigadores, especialmente a alegação de que Henay teria retomado a consciência após a passagem pelo pedágio. Dias depois, Alison trocou de advogado, e a nova defesa passou a adotar outro posicionamento. Em nota enviada ao g1 na quinta-feira (18), o advogado Bruno Corrêa Lemos afirmou que a "suposta confissão atribuída ao investigado não reflete seu posicionamento atual e que as teses defensivas serão apresentadas no momento processual adequado". A defesa também afirmou que os fatos divulgados até agora não encontram respaldo na versão que será apresentada. Henay Rosa Gonçalves Amorim foi morta pelo namorado que simulou acidente para esconder o crime em Itaúna PMRv/Divulgação VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2025/12/18/caso-henay-amorim-agressoes-comecaram-no-apartamento-e-continuaram-no-carro-diz-policia.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Top 5

top1
1. Relogio Parado

Diego & Arnaldo

top2
2. O alvo

Diego & Victor Hugo

top3
3. 3 Batidas

Guilherme e Benuto

top4
4. A gente faz Amor

Gustavo Lima

top5
5. Carreira Solo

Gustavo Lima

Anunciantes